
Uma onda de frio severa, impulsionada por uma massa de ar polar vinda da Antártida, atingiu Argentina, Chile e Uruguai nesta semana, provocando a morte de pelo menos 15 pessoas e forçando os governos locais a adotar medidas emergenciais. As baixíssimas temperaturas causaram colapsos nos sistemas de energia, suspensão de serviços e a ativação de planos de acolhimento para pessoas em situação de rua.
Na Argentina, nove pessoas morreram em meio ao colapso parcial do fornecimento de energia e gás. Buenos Aires registrou -1,9°C, a temperatura mais baixa em 34 anos, enquanto cidades como Maquinchao enfrentaram até -18°C. Praias do Atlântico foram cobertas por neve e milhares de moradores ficaram sem luz por mais de 24 horas. Para garantir aquecimento às residências, o governo cortou o fornecimento de gás a indústrias e postos de combustíveis.
O Uruguai declarou “alerta vermelho” após a morte de seis pessoas em decorrência do frio. O governo autorizou o realojamento compulsório de pessoas em situação de vulnerabilidade. Montevidéu teve a temperatura mais baixa desde 1967, com máxima de apenas 5,8°C. Já no Chile, o frio intenso atingiu cidades do sul e até o deserto do Atacama, onde nevou pela primeira vez em uma década.
Segundo especialistas, o fenômeno climático não é inédito, mas surpreende pela intensidade e extensão geográfica. A previsão é de que as temperaturas comecem a subir nos próximos dias, mas os impactos deixados pela onda polar reforçam a vulnerabilidade social e energética da região diante de eventos extremos cada vez mais frequentes.