
Os Estados Unidos lançaram uma ofensiva militar de grande escala contra posições do Estado Islâmico (EI) na Síria, em retaliação a um ataque que matou três cidadãos norte-americanos, entre eles dois militares, na província de Palmira. O anúncio foi feito pelo Comando Central dos EUA (CENTCOM), que confirmou bombardeios contra infraestruturas e depósitos de armas do grupo jihadista.
Segundo o CENTCOM, a operação responde diretamente ao atentado ocorrido em 13 de dezembro contra forças norte-americanas e aliadas que atuam na região central da Síria. Autoridades militares informaram que os ataques foram conduzidos com caças F-15 Eagle, aeronaves de apoio aéreo A-10 Thunderbolt e helicópteros AH-64 Apache, indicando uma ação coordenada por ar e terra. Fontes ouvidas pela Associated Press afirmaram que novas ofensivas podem ser realizadas nos próximos dias.
O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, afirmou que o objetivo é eliminar combatentes, instalações e capacidade logística do Estado Islâmico. Em mensagens públicas, reforçou que a ação não representa o início de uma nova guerra, mas uma resposta direta ao ataque contra norte-americanos. A Casa Branca declarou que o presidente Donald Trump cumpre a promessa de vingança pela morte do que chamou de “heróis” dos Estados Unidos.
Trump já havia antecipado que a retaliação ocorreria em uma área considerada altamente instável da Síria, fora do controle total do governo central em Damasco. A ofensiva marca a primeira ação militar desse porte no país desde que, há cerca de um ano, uma coalizão islâmica com apoio indireto dos Estados Unidos assumiu o poder, alterando o equilíbrio político e militar na região.
Em meio a uma fase de aproximação diplomática entre Washington e as novas autoridades sírias, Trump afirmou que forças locais vêm atuando ao lado das tropas norte-americanas no combate ao EI. Segundo o presidente, o atual líder sírio, Ahmad al-Sharaa, demonstrou forte indignação com o atentado que vitimou militares dos EUA.
O ataque que motivou a ofensiva ocorreu durante uma missão de apoio às operações contra o Estado Islâmico no deserto de Palmira. De acordo com o Pentágono, os norte-americanos foram mortos em uma emboscada atribuída a um atirador isolado ligado ao EI. Três outros soldados ficaram feridos, e um civil norte-americano que atuava como intérprete também morreu. O agressor, descrito como um integrante das forças de segurança sírias que teria se radicalizado, foi morto no confronto.
O governo sírio condenou o atentado, classificando-o como um ataque terrorista, e informou que dois membros de suas forças de segurança também ficaram feridos. Em resposta, forças da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos iniciaram uma campanha de detenções em Palmira, com incursões em bairros estratégicos da cidade. Relatos da imprensa síria indicam que ao menos três pessoas foram presas.
Antes e depois das detenções, aeronaves norte-americanas lançaram mísseis sobre áreas urbanas e realizaram sobrevoos de demonstração de força. Segundo o The Wall Street Journal, caças F-16 foram mobilizados para patrulhar a região, sinalizando que Washington pretende manter pressão militar sobre o Estado Islâmico e evitar qualquer rearticulação do grupo na Síria.









