EUA enviam porta-aviões à América do Sul e elevam tensão com Venezuela

Porta-aviões Gerald R. Ford — Foto: Facebook/USS Gerald R. Ford

Em um movimento que reacende a tensão geopolítica na América do Sul, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou o envio do porta-aviões Gerald Ford para a região, intensificando a presença militar norte-americana no Caribe. A decisão, anunciada nesta sexta-feira (24), é vista como a mais robusta demonstração de força de Washington na América Latina em anos, ultrapassando, segundo analistas, qualquer necessidade operacional voltada ao combate ao narcotráfico.

O Pentágono afirmou que a presença reforçada sob o comando do USSOUTHCOM tem como objetivo “detectar, monitorar e interromper atividades ilícitas que ameaçam a segurança dos EUA e do Hemisfério Ocidental”. Apesar disso, não foi informado quando o Gerald Ford chegará à região. O navio, considerado o maior e mais moderno porta-aviões do mundo, estava recentemente em águas europeias, cruzando o Estreito de Gibraltar.

O deslocamento faz parte de um amplo reforço militar promovido por Trump, que inclui oito navios de guerra adicionais, um submarino nuclear e aeronaves F-35. Desde setembro, as forças norte-americanas realizaram ao menos dez ataques contra embarcações suspeitas de tráfico de drogas, com cerca de 40 mortos — parte deles, segundo o Pentágono, venezuelanos. O governo de Nicolás Maduro denuncia que as ações são parte de uma estratégia para desestabilizar seu regime e reforçar pressões por sua saída do poder.

Com capacidade para mais de 5 mil tripulantes e cerca de 75 aeronaves militares, o Gerald Ford simboliza o poder naval dos Estados Unidos e sinaliza um período de maior tensão diplomática na América do Sul. O envio da frota ocorre em um contexto de desconfiança crescente entre Washington e Caracas, alimentado por acusações mútuas de interferência e pelo aumento da recompensa americana por informações que levem à prisão de Maduro, hoje fixada em US$ 50 milhões.