EUA elevam tarifa sobre produtos da China para 145% e acirram tensão

A Casa Branca confirmou nesta quinta-feira (10/4) que a tarifa imposta pelos Estados Unidos sobre produtos chineses chegará a 145%, somando-se a taxas já existentes. A medida amplia a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo e provoca incertezas nos mercados financeiros internacionais.

A nova alíquota combina uma tarifa de 125% anunciada por Donald Trump nesta semana com os 20% aplicados anteriormente, como retaliação ao envolvimento da China no tráfico de fentanil. Segundo o governo americano, a ação visa reduzir o déficit comercial com Pequim e pressionar o regime chinês em meio a disputas geopolíticas e econômicas.

Apesar do endurecimento, Trump sinalizou uma trégua temporária ao adiar por 90 dias as tarifas sobre outros países, abrindo espaço para negociações bilaterais. No entanto, a suspensão não se aplica à China, que continua sendo o principal alvo das medidas protecionistas americanas.

A decisão gerou reações imediatas nos mercados. Enquanto bolsas asiáticas e europeias registraram altas expressivas, as de Nova York mergulharam no vermelho. O índice Dow Jones caiu 2,75%, o Nasdaq recuou 4% e o S&P 500 teve queda de 3,27%. No Brasil, o Ibovespa recuava 0,86% e o dólar subia 1,49%, cotado a R$ 5,93.

Entre os setores mais afetados estão os consumidores americanos que compram de plataformas como Shein e Temu. Pequenos pacotes com valor de até US$ 800 passarão a ser taxados em 120%, além de sofrerem cobranças adicionais por item postal que podem chegar a US$ 200 a partir de junho.

Em resposta, a China anunciou novas restrições à importação de filmes de Hollywood, abrindo uma nova frente no conflito comercial. A postura de Pequim sugere que o país pode adotar medidas semelhantes em outros setores estratégicos.

Especialistas alertam que o agravamento da disputa entre EUA e China pode provocar choques na cadeia global de suprimentos, elevar preços e aumentar o risco de recessão em algumas economias. Enquanto isso, Trump mantém sua postura combativa, com foco na reeleição e no fortalecimento da base nacionalista.