EUA abrem investigação contra Brasil e ampliam tensão comercial

Os Estados Unidos abriram oficialmente uma investigação contra o Brasil por supostas práticas comerciais “injustas”, ampliando a pressão iniciada com a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O anúncio foi feito pelo representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, nesta terça-feira (15), uma semana após o presidente Donald Trump intensificar a ofensiva tarifária em meio à sua política de “reordenamento” do comércio global.

A investigação, conduzida sob a Seção 301 da Lei de Comércio de 1974 — a mesma usada contra a China —, mira políticas brasileiras relacionadas ao comércio digital, ao Pix e às tarifas preferenciais aplicadas a parceiros estratégicos. Greer afirmou que essas práticas prejudicam empresas americanas e afetam trabalhadores, agricultores e o setor de tecnologia dos EUA.

“Determinei que o Brasil merece uma investigação completa e, possivelmente, ações de resposta”, declarou.

O endurecimento do governo Trump surpreendeu especialistas por associar as medidas não apenas a disputas comerciais, mas também a decisões do Judiciário brasileiro e ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo brasileiro reagiu com firmeza, classificando a postura americana como “intromissão indevida” nos assuntos internos do país.

Enquanto isso, o vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou que o Brasil buscará reverter a tarifa de 50% e negociar prazos para evitar um impacto mais severo sobre as exportações nacionais.

A tensão cresce em meio a acusações americanas sobre tarifas, corrupção e combate ao desmatamento, sinalizando um cenário de confronto diplomático e econômico sem precedentes na relação entre os dois países.