O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), concedeu uma longa entrevista, nesta quinta-feira (13/11), a um grupo de onze jornalistas de diferentes veículos de comunicação. Durante a transmissão ao vivo, o prefeito abordou temas que vêm gerando polêmica nos últimos dias, entre eles a reforma da Previdência Municipal, a reabertura de investigações e o cenário político de 2026. Por mais de uma hora e meia, David fez defesa de sua gestão, respondeu a críticas e lançou recados duros a adversários e aliados.
Em um dos trechos mais comentados, o prefeito admitiu, pela primeira vez, a possibilidade de rever seu apoio ao candidato ao governo do Estado nas próximas eleições. Sem citar nomes, mas em referência indireta ao senador Omar Aziz (PSD), David afirmou que aguardará o próximo ano para definir sua posição.
“Vou ver com quem ficarão os deputados petelecos. Se eu perceber que eles ficarão com quem pretendo apoiar, vou pro outro lado. Não posso é ser atacado e não reagir”, declarou, ao comentar o parecer que rejeita suas contas de 2017, quando assumiu interinamente o governo estadual.
O tom da entrevista também foi marcado por críticas. David Almeida classificou os deputados federais Capitão Alberto Neto (PL) e Amom Mandel (Cidadania) como “inúteis para Manaus”, acusando-os de não destinarem recursos de emendas parlamentares à capital. O prefeito ainda direcionou críticas a “vereadores que não trabalham e vivem de postar vídeos tentando lacrar para obter likes”. Ao tratar das eleições municipais de 2026, afirmou estar organizando uma chapa competitiva, mencionando que Marcos Rotta e Sabá Reis devem assumir direção partidária — especula-se no Podemos.
Sobre a reforma da Previdência, David justificou a medida como imprescindível para garantir o futuro dos servidores. “Eu segurei seis anos para tomar essa providência. Se não fizer agora, em cinco anos não haverá dinheiro para pagar aposentadorias”, afirmou, reforçando que a sustentabilidade fiscal da prefeitura está em jogo.
O prefeito também comentou a reabertura da investigação sobre sua viagem ao Caribe, ocorrida no Carnaval, e disse ter prestado todos os esclarecimentos devidos. Reafirmou que arcou com os custos da viagem e evitou críticas ao Judiciário. Em defesa da sogra, alvo de acusações de favorecimento em contratos públicos, garantiu que ela se desligou da empresa fornecedora da Prefeitura quando iniciou relacionamento com sua filha.
David Almeida evitou confirmar qualquer intenção de concorrer ao governo estadual, embora tenha repetido que “tem opções” para o próximo pleito. Ao falar sobre o governador Wilson Lima (União Brasil), o prefeito afirmou que o diálogo político só será retomado se algumas pendências forem resolvidas. “Preciso que ele repasse os recursos do Samu e da Farmácia Popular, e que a questão do passe livre estudantil seja solucionada. Só depois disso volto a conversar politicamente”, concluiu.
