Em Nova York, Lula celebra gesto de Trump e reforça apelo por mudanças na ONU

Foto: Ricardo Stuckert

Nova York — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta quarta-feira (24) o gesto de aproximação do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante a Assembleia Geral da ONU. Em coletiva de imprensa, Lula disse estar otimista com a possibilidade de cooperação entre os dois países e voltou a cobrar mudanças profundas na estrutura das Nações Unidas.

Segundo o brasileiro, o encontro abriu espaço para um novo capítulo na relação bilateral. “Aquilo que parecia impossível, deixou de ser impossível e aconteceu. Eu fiquei feliz quando Trump disse que pintou uma química boa entre nós”, afirmou. Lula destacou que Brasil e EUA, como maiores democracias do continente, compartilham interesses em comércio, tecnologia, ciência e inteligência artificial. “Eu torço para que dê certo”, acrescentou.

O presidente disse ter insistido com Trump sobre a necessidade de cooperação em temas globais, incluindo paz e segurança. “

Temos muito a conversar. Há muitos interesses em jogo e fiquei satisfeito quando ele disse que é possível dialogar”, observou.

Lula também aproveitou a coletiva para reforçar o convite aos líderes mundiais para a COP30, que será realizada em novembro, em Belém. Ele classificou o encontro como a “COP da verdade”, destacando que cientistas terão papel central ao apresentar dados sobre a crise climática diretamente a chefes de Estado.

Em tom crítico, o presidente voltou a defender a reformulação da ONU, que classificou como defasada.

“A fotografia de 2025 do mundo não é mais a de 1945. É preciso acabar com o direito de veto e garantir que todos cumpram as decisões, sobretudo em temas como o clima”, disse.

Lula encerrou a entrevista criticando a escalada bélica global.

“Não é normal a quantidade de conflitos armados que temos hoje, a maior desde a Segunda Guerra Mundial. Não é normal que países gastem trilhões de dólares em armas quando precisamos desses recursos para acabar com a fome”, afirmou, mencionando crises em Gaza, Rússia e Ucrânia.