Eduardo Braga propõe incentivo à classe média e novos fundos para habitação

Senador Eduardo Braga com o ministro Jader Filho - Foto: Divulgação.

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu a ampliação do acesso da classe média à moradia e o fortalecimento do setor da construção civil durante reunião com o ministro das Cidades, Jader Filho, na Comissão de Desenvolvimento Regional. O encontro, realizado nesta terça-feira (7), debateu estratégias para reativar investimentos urbanos e destravar obras de habitação no país.

Braga reconheceu os avanços da pasta, mas cobrou do governo federal uma maior disseminação de informações e a criação de novas ferramentas de financiamento para o setor imobiliário. Segundo o parlamentar, muitos municípios de pequeno porte perdem oportunidades por falta de capacitação técnica para acessar linhas de crédito e programas habitacionais.

O senador propôs a criação de um programa nacional de capacitação e planejamento para auxiliar prefeituras menores no uso de tecnologias e modelos modernos de obras públicas.

“As grandes cidades, mais estruturadas, absorvem a maioria dos recursos, enquanto as pequenas acabam ficando de fora. É preciso democratizar o acesso às oportunidades”, afirmou Braga.

Ele também destacou a importância de divulgar melhor linhas de crédito de baixo custo, como o programa “Pró Moradia”, que, segundo ele, é subutilizado pelos bancos por oferecer taxas menores e menor rentabilidade para as instituições financeiras.

Para estimular o setor imobiliário voltado à classe média, Braga sugeriu a criação de debêntures estruturadas imobiliárias, títulos de dívida semelhantes aos utilizados em projetos de infraestrutura. O modelo permitiria às construtoras captar recursos diretamente com investidores, reduzindo a dependência de crédito bancário.

O senador apontou um desequilíbrio no mercado imobiliário nacional: enquanto as faixas populares do programa Minha Casa, Minha Vida e os imóveis de luxo estão em expansão, o segmento intermediário permanece estagnado.

“Nas faixas um, dois, três e quatro do Minha Casa, Minha Vida, o mercado está acelerado. Nas classes A e B também. Mas a classe média está achatada, sem novos projetos”, observou.

Segundo Braga, a criação de um mecanismo financeiro voltado a esse público poderia impulsionar o crescimento econômico nacional. “Se tivermos uma debênture estruturada e incentivada para essa faixa, poderemos fazer o PIB brasileiro crescer entre 1% e 1,5%”, concluiu o senador.