Eduardo Braga defende Zona Franca e pagamento por serviços ambientais

O senador Eduardo Braga (MDB-AM) defendeu, durante o Brasil Summit, em Brasília, a importância da Zona Franca de Manaus (ZFM) como modelo de desenvolvimento sustentável e cobrou a remuneração da Amazônia pelos serviços ambientais prestados ao mundo. O evento, promovido pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) e pelo Correio Braziliense, reuniu empresários, autoridades e especialistas para debater os desafios e oportunidades da economia brasileira.

Braga ressaltou que a preservação de 97% das florestas do Amazonas está diretamente ligada ao sucesso da ZFM, que gera empregos e desenvolvimento sem a necessidade de desmatamento.

“Graças à Zona Franca, o Amazonas não precisou derrubar sua floresta para crescer. Esse é o maior programa de sustentabilidade ambiental do Brasil e prova que é possível preservar e desenvolver ao mesmo tempo”, afirmou. Segundo ele, o modelo econômico precisa ser fortalecido, especialmente diante das ameaças constantes de mudanças na política fiscal que colocam em risco a competitividade do polo industrial de Manaus.

O senador também chamou a atenção para o papel estratégico da Amazônia na regulação do clima global e na manutenção do equilíbrio hidrológico, fatores essenciais para a produção agrícola e energética do país. No entanto, ele criticou a falta de compensação financeira ao Brasil pelos serviços ambientais que a floresta presta ao mundo. “A Amazônia garante o regime de chuvas que sustenta a agropecuária brasileira e contribui para a geração de energia limpa. O mundo se beneficia disso, mas quem paga por isso? Ninguém”, destacou.

Para reverter esse cenário, Braga defendeu a implementação da Lei do Mercado de Carbono, recentemente aprovada pelo Congresso, que estabelece regras para a comercialização de créditos de carbono no Brasil. A medida, segundo ele, representa um passo fundamental para monetizar a preservação da floresta e criar um novo ciclo de desenvolvimento sustentável na região. “Agora, com um mercado regulado, podemos transformar nosso ativo ambiental em geração de riqueza e oportunidades para o povo da Amazônia”, explicou.

Além do mercado de carbono, Braga enfatizou a necessidade de investimentos no potencial energético do Brasil, destacando que o país possui uma das matrizes mais limpas do mundo, com 49,1% de sua energia proveniente de fontes renováveis. Ele defendeu o avanço da transição energética e a ampliação de investimentos em hidrogênio verde, energia solar e eólica, setores que já atraem bilhões em aportes estrangeiros.

“O Brasil pode se tornar uma referência global na produção de energia limpa e sustentável. Temos todas as condições para liderar esse processo e exportar energia renovável para o mundo”, disse.

O senador citou ainda o avanço do Programa Nacional de Hidrogênio Verde, que já recebeu US$ 30 bilhões em investimentos e pode consolidar o Brasil como um dos principais produtores do insumo no cenário global. Para ele, a transição energética não é apenas uma necessidade ambiental, mas uma grande oportunidade econômica.

“A matriz energética renovável é um diferencial estratégico que pode nos posicionar como protagonistas da nova economia verde global”, afirmou.

Encerrando sua participação, Eduardo Braga destacou a importância da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025, como um momento decisivo para o Brasil consolidar seu protagonismo na agenda climática internacional. Segundo ele, o evento será uma oportunidade para apresentar ao mundo as potencialidades da Amazônia e garantir compromissos concretos para o desenvolvimento sustentável da região.

“A Amazônia não é o problema, é a solução. O Brasil pode ser um dos principais líderes da transição energética e do mercado de carbono, mas precisamos garantir que esse protagonismo traga benefícios reais para o nosso povo”, concluiu.