
A taxa de desemprego no Brasil manteve-se estável em 6,6% no trimestre encerrado em abril, conforme os dados divulgados nesta quinta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice representa uma leve oscilação em relação ao trimestre anterior, quando a desocupação era de 6,5%, mas consolida a tendência de recuperação gradual do mercado de trabalho.
Atualmente, o país soma 7,3 milhões de pessoas sem ocupação, número estável frente ao trimestre anterior (7,2 milhões) e com queda expressiva de 11,5% em relação ao mesmo período de 2024 — o que significa 941 mil desocupados a menos em um ano. A retração é um dos melhores resultados para o período desde 2015.
Um dos destaques do levantamento é o número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado, que alcançou o recorde de 39,6 milhões. Isso representa alta de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% na comparação anual, sinalizando uma retomada mais robusta da formalização do trabalho no país.
A taxa de subutilização da força de trabalho — que engloba desempregados, subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial — também apresentou estabilidade, fixando-se em 15,4%. Na comparação anual, a redução foi de dois pontos percentuais, indicando melhora no aproveitamento da mão de obra disponível.
Segundo o analista da pesquisa, William Kratochwill, o desempenho estável nas taxas de desocupação e subutilização indica que o mercado conseguiu absorver os postos temporários criados no fim de 2024. “Além disso, níveis mais baixos de subutilização naturalmente impulsionam contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada demanda melhores condições”, pontua.
Os dados confirmam um cenário de resiliência no mercado de trabalho, ainda que com desafios estruturais. O ritmo de recuperação do emprego formal e a redução gradual da subutilização apontam para um ambiente mais favorável à geração de vagas com qualidade no médio prazo.