O prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), promove nesta quinta-feira um encontro estratégico com prefeitos do Amazonas para discutir a urgência de maior equidade fiscal no financiamento das cidades brasileiras. Todos os 61 gestores municipais do estado foram convidados, em uma articulação conjunta com Eduardo Paes, prefeito do Rio de Janeiro e presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). Até o início da manhã, apenas o senador Eduardo Braga havia confirmado presença entre as autoridades estaduais.
O evento, intitulado “Encontro de Prefeitas e Prefeitos da Região Norte pela Equidade Fiscal”, integra a pauta nacional da FNP e reforça o movimento por uma revisão profunda no modelo de repasses federais. David Almeida tem usado os dados de Manaus como exemplo da disparidade atual: apesar de ser a maior cidade da Amazônia, a capital aparece entre as piores posições em repasses per capita. No FPM, recebe menos que 98% dos municípios; na partilha do SUS, fica atrás de 99%; em educação, pior que 95%; e, na assistência social, está abaixo de 62% das cidades brasileiras.
O prefeito também voltou a criticar a ausência de compensações ambientais adequadas às cidades da Amazônia, classificando a situação como “contrassenso”, já que a região responde pela preservação da maior floresta tropical do mundo, mas recebe menos recursos que quase todo o país. Ainda assim, ele afirma que o foco do encontro é exclusivamente técnico e institucional, rejeitando interpretações de que a agenda tenha caráter eleitoral ou prepare terreno para uma eventual candidatura ao governo do estado em 2026.
A escolha da FNP como articuladora, em vez da Associação Amazonense de Municípios, acrescenta peso político ao encontro e reforça a dimensão nacional do debate. Com apenas quatro municípios do Amazonas acima de 80 mil habitantes – Manaus, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins –, a ampliação da participação pela FNP aponta para uma estratégia de maior visibilidade. Ao reunir prefeitos, senadores e lideranças regionais, David Almeida busca fortalecer a pressão por um novo pacto de financiamento que contemple, de fato, as especificidades socioeconômicas da Amazônia.
