Com foco no desenvolvimento de práticas inclusivas a partir do manejo de cadeira de rodas, alunos do 6° período do curso de Educação Física da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) tiveram a oportunidade de vivenciar, pela primeira vez, a disciplina “Educação Física Adaptada”, que permite aos futuros professores desenvolver a capacidade de manusear e de instruir crianças, jovens e adultos cadeirantes sobre o uso do equipamento, promovendo acessibilidade e empatia dentro e fora do ambiente acadêmico.
Desenvolvida pela Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA) e realizada na Escola Superior de Tecnologia (EST/UEA), o objetivo é que os acadêmicos compreendam como se deslocar, realizar funções do dia a dia, como subir ou descer um degrau, até em situações de lazer, como dançar. A ideia é que o discente tenha um envolvimento com a cadeira de forma que ela se torne um complemento do corpo e, a partir disso, obtenha a didática necessária para instruir alunos.
Esporte adaptado
No âmbito esportivo, foco central da disciplina, os alunos aprendem a adaptar atividades físicas e modalidades esportivas para pessoas com diferentes tipos de deficiência física, desenvolvendo habilidades técnicas, táticas e motoras, ao mesmo tempo em que se promove inclusão, socialização e autonomia dos praticantes.
Durante as aulas práticas, os acadêmicos vivenciam diferentes níveis de dificuldade, onde, além de se movimentar sobre rodas, aprimoram a coordenação motora por meio de esportes como basquetebol, rugby, tênis e outras modalidades paralímpicas. Esse contato proporciona a compreensão das exigências físicas e estratégicas de cada modalidade adaptada, além de enfatizar os desafios enfrentados por Pessoas com Deficiência (PcD) e a valorização da inclusão.
Para a Prof.ª Dra. Kathya Thomé, responsável pela disciplina, as técnicas desenvolvidas são cruciais para a formação pedagógica completa dos alunos.
“A proposta aqui é que eles aprendam a utilizar a cadeira de rodas, dentro de um processo pedagógico, para que saibam ensinar pessoas com deficiência física a fazer o mesmo. Saber que futuramente eles irão poder passar esse conhecimento adiante, o quanto isso transforma a vida de alguém, a liberdade que a cadeira proporciona, é algo muito importante.”
A acadêmica Sophia Roberta Leão destaca que a disciplina é muito importante, pois possibilita compreender, na prática, as dificuldades e limitações enfrentadas devido à falta de acessibilidade, como subir rampas e realizar curvas.
“Como futuros profissionais da educação, passamos a perceber de forma mais real o que as pessoas com deficiência motora vivenciam diariamente. Foi interessante enxergar essa perspectiva, pois essa experiência nos faz repensar nossas práticas e nos prepara para transformar as aulas, tornando-as mais acessíveis e promovendo uma Educação Física realmente inclusiva.”
Próximas etapas da disciplina
Após a vivência prática do manejo da cadeira de rodas e das modalidades adaptadas, os alunos serão desafiados a planejar aulas inclusivas. Nessa nova fase, deverão aplicar o conhecimento adquirido para desenvolver estratégias de ensino, adaptar materiais, garantir segurança e promover dinâmicas em grupo voltadas à inclusão de pessoas com deficiência física.
Além do domínio da técnica esportiva, os alunos serão desafiados a planejar aulas inclusivas, onde trabalharão em aspectos como: segurança e adaptação de materiais, estratégias de ensino individualizadas e dinâmicas em grupo.