CPMI do INSS quebra sigilo de investigados em fraude bilionária

Foto- Lula Marques

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta quinta-feira (11), a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático de investigados em um esquema que teria desviado bilhões de reais de aposentados e pensionistas. Ao todo, foram autorizados cerca de 400 pedidos de informações e diligências envolvendo pessoas físicas, empresas e entidades suspeitas de participação nas irregularidades.

Entre os nomes incluídos na lista estão os empresários Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, Maurício Camisoti e o ex-presidente do instituto Alessandro Stefanutto. A comissão já havia aprovado, na semana passada, pedidos de prisão preventiva contra eles e outros 18 investigados no âmbito da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal.

Segundo o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), o objetivo é identificar a movimentação financeira e esclarecer como os recursos saíram dos cofres da Previdência.

“Queremos saber exatamente onde está o patrimônio e quem se beneficiou do que foi roubado”, afirmou.

Após as deliberações, os parlamentares ouviram o depoimento do ex-ministro da Previdência e ex-presidente do INSS, Ahmed Mohamad Oliveira, que chefiou o órgão entre 2021 e 2022, ainda sob o nome de José Carlos Oliveira. Ele alegou desconhecer as irregularidades e disse que a autarquia não tem condições de fiscalizar os acordos firmados com entidades parceiras, reforçando que só tomou conhecimento do caso quando a PF e a CGU deflagraram a operação.

O colegiado, composto por 16 deputados e 16 senadores, promete avançar na apuração para esclarecer responsabilidades e recuperar valores desviados, em um dos maiores escândalos recentes envolvendo a Previdência Social.