A partida entre Colo-Colo e Fortaleza, válida pela fase de grupos da Libertadores, foi cancelada após uma noite marcada por tumultos dentro e fora do Estádio Monumental, em Santiago, na quinta-feira (10). O confronto foi interrompido aos 25 minutos do segundo tempo após uma invasão de campo por parte da torcida chilena. Poucas horas antes do início da partida, dois jovens torcedores morreram atropelados nos arredores do estádio, em um episódio ainda sob investigação.
De acordo com autoridades loDEstacais, os torcedores falecidos — uma jovem de 18 anos e um adolescente de 13 — teriam sido atingidos durante uma tentativa coletiva de invasão ao estádio. A confusão começou quando um grupo tentou forçar a entrada rompendo as barreiras externas. A polícia reagiu com gás lacrimogêneo e o avanço de uma viatura, o que teria provocado uma debandada, resultando na queda de uma cerca metálica que acabou prensando os jovens.
No interior do estádio, a tensão aumentou no segundo tempo, quando torcedores do Colo-Colo quebraram um painel de acrílico e invadiram o gramado. A arbitragem decidiu interromper a partida, que ficou suspensa por quase duas horas. Apesar do tumulto, não foram registrados atos de violência contra jogadores ou membros da comissão técnica. A Conmebol decidiu cancelar oficialmente o jogo e informou que o caso será encaminhado aos seus órgãos judiciais.
A imprensa internacional repercutiu fortemente o episódio. Veículos como La Nación e Clarín, da Argentina, utilizaram o termo “debandada” para descrever a tragédia. O jornal português A Bola classificou o incidente como uma “tragédia”, enquanto a britânica BBC e o espanhol Sport também deram destaque ao cancelamento e às mortes ocorridas.
O promotor chileno Francisco Morales confirmou que uma investigação está em andamento para apurar as causas exatas das mortes. Segundo ele, as imagens das câmeras de segurança e outros recursos técnicos estão sendo analisados para identificar a dinâmica do acidente. Ainda segundo informações oficiais, pelo menos dez pessoas foram presas.
A tragédia também gerou consequências políticas. O chefe de segurança dos estádios do Chile renunciou ao cargo nesta sexta-feira. A Conmebol, por sua vez, deve avaliar novas medidas de segurança para as próximas partidas da Libertadores, em especial as realizadas no Chile.
