O Teatro Amazonas foi palco, na noite desta quinta-feira (3), de uma apresentação que combinou arte sinfônica, projeções audiovisuais e interpretação lírica em um espetáculo que lotou a casa e emocionou o público. Com regência do maestro Marcelo de Jesus, o concerto reuniu a Amazonas Filarmônica, o Coral do Amazonas e a mezzo-soprano Denise de Freitas em um programa que mesclou obras do brasileiro Alexandre Guerra e do russo Sergei Prokofiev.
A noite começou com a estreia da versão coral de “O Mar Como Quem Vê”, de Alexandre Guerra, inspirada no próprio Teatro Amazonas. Criada originalmente em 2017, a obra ganhou novos arranjos e ambientação visual, com projeções do mar, luzes e efeitos de névoa. A imersão proposta pelo espetáculo transformou a tradicional sala de concertos em um ambiente sensorial, onde som, imagem e poesia se uniram para envolver o público.
Após o intervalo, foi a vez da cantata “Alexander Nevsky”, de Prokofiev, composta em 1939 a partir da trilha sonora do filme homônimo de Sergei Eisenstein. A execução contou com projeções de cenas do longa-metragem e legendas em português, criando um elo entre a música e o cinema. A força épica da partitura foi reforçada pela performance do coral e da orquestra, sob comando preciso do maestro.
Um dos destaques da noite foi a interpretação da mezzo-soprano Denise de Freitas, cuja voz intensa e expressiva deu vida aos poemas de Fernando Pessoa e Vicente de Carvalho na peça de Guerra. A fusão entre literatura, canto e música orquestral completou uma apresentação que reafirma o Teatro Amazonas como espaço central da criação e da excelência artística na região Norte do país.
