
Mesmo sob os efeitos do “tarifaço” imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, o comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos atingiu um novo recorde no primeiro trimestre de 2025. Segundo dados da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil), a corrente comercial somou US$ 20 bilhões entre janeiro e março — crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período de 2024.
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, o Brasil exportou US$ 9,65 bilhões e importou US$ 10,3 bilhões, acumulando um déficit comercial de US$ 654 milhões. A relação segue marcada por forte presença de bens manufaturados e itens de alto valor agregado, com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e tecnologia.
As exportações da indústria brasileira também cresceram, alcançando US$ 7,8 bilhões — maior volume já registrado para um primeiro trimestre. Itens como carne bovina (alta de 111,8%), sucos (+74,4%) e café não torrado (+34%) figuraram entre os destaques. A Amcham reforçou que o desempenho mostra a resiliência da parceria bilateral, mesmo em meio às incertezas comerciais.
As novas tarifas norte-americanas, que atingem aço e alumínio brasileiros com alíquota de 10%, ainda não causaram impactos diretos mensuráveis, segundo o governo brasileiro. No entanto, especialistas acompanham os desdobramentos da política comercial americana, que já motivou reações da China e da União Europeia.