Na Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), o cuidado vai além da técnica. Internada há três meses na UTI da unidade, uma paciente de 54 anos diagnosticada com um câncer raro e sem possibilidade de cura vem recebendo atenção especial da equipe médica, que aposta na humanização como ferramenta essencial para oferecer dignidade e bem-estar.
Mesmo com quadro clínico delicado, a paciente realiza passeios pelo hospital, reencontra familiares que não via há muito tempo e até recebe a visita do seu cachorro. Segundo o fisioterapeuta José Alexandre Almeida, essas ações são possíveis porque a paciente consegue permanecer, por períodos curtos, sem o suporte ventilatório.
“São momentos que resgatam sua dignidade e impactam diretamente em sua qualidade de vida e na relação com os familiares”, afirmou.
A iniciativa faz parte da política de humanização da FCecon, vinculada à Secretaria de Estado da Saúde (SES-AM), voltada especialmente a pacientes de longa permanência. “Quando o paciente adoece, a família adoece junto. Ao garantir esse cuidado além da técnica, oferecemos alívio não só ao corpo, mas também à alma”, destaca Almeida.
A gerente do serviço de Psicologia da fundação, Maria Graciete Ribeiro, reforça que a hospitalização retira o paciente do convívio familiar e o coloca em um ambiente de incertezas. “A humanização não aparece em gráficos, mas transforma o cotidiano. Um gesto gentil pode ser tão eficaz quanto um medicamento para quem está enfrentando o câncer”, afirma.
A prática de acolher com escuta atenta e empatia, segundo Ribeiro, ajuda o paciente a se sentir respeitado, ouvido e mais forte para enfrentar a doença. “Antes de um diagnóstico, há uma história de vida. Humanizar é cuidar com o coração”, conclui.
Na FCecon, a ciência trata o corpo, mas é o cuidado humano que fortalece a alma.
