Cinema e cultura brilham na retomada do Palácio Capanema com homenagens nacionais

A cerimônia de reabertura do Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, marcou o retorno da entrega da Ordem do Mérito Cultural (OMC), suspensa desde 2018. Ao todo, 111 pessoas e 14 instituições foram homenageadas com a comenda que reconhece contribuições relevantes à cultura brasileira. O evento teve a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Cultura, Margareth Menezes.

O setor audiovisual foi um dos grandes destaques da noite. O diretor Walter Salles, a atriz Fernanda Torres e o escritor Marcelo Rubens Paiva receberam a honraria máxima, a Grã-Cruz. O trio foi responsável pelo premiado filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional, baseado no livro homônimo de Rubens Paiva, que resgata a memória da ditadura militar.

Cento e onze pessoas e 14 instituições receberam a condecoração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da ministra da Cultura, Margareth Menezes – Foto Ricardo Stuckert

Durante a solenidade, Rubens Paiva emocionou o público ao dedicar a comenda à memória dos pais, Rubens e Eunice Paiva, vítimas da repressão da ditadura. Fernanda Torres e Walter Salles também celebraram o reconhecimento como um marco simbólico para o cinema nacional e a liberdade de expressão artística no Brasil.

A escolha dos homenageados contou com participação popular, com mais de 11 mil indicações enviadas ao Ministério da Cultura. Representantes de diversas linguagens artísticas foram contemplados, incluindo música, literatura, culturas urbanas e culturas populares. A diversidade de origens e trajetórias reforçou o compromisso do governo em reconhecer a pluralidade cultural brasileira.

Outros nomes celebrados foram a cantora e deputada estadual Leci Brandão, a escritora Conceição Evaristo, o cantor Chico César, a atriz e cantora Zezé Motta e o escritor indígena Daniel Munduruku. Todos reforçaram, em seus discursos, a importância da cultura como forma de resistência, memória e afirmação social.

Durante o evento, os Correios lançaram dois selos comemorativos: um pelos 40 anos do Ministério da Cultura e outro em homenagem à advogada e ativista Eunice Paiva. A ação reforçou o tom simbólico da noite, que também teve reivindicações: servidores do MinC em greve protestaram por melhorias salariais.

O Palácio Capanema, símbolo da arquitetura moderna brasileira, foi entregue à população após reforma. Para a ministra Margareth Menezes, o retorno da OMC e a reabertura do prédio “reforçam o compromisso do país com a cultura”. A cerimônia reafirmou o Rio de Janeiro como um dos centros culturais mais vibrantes do Brasil e reacendeu debates sobre seu papel simbólico como capital cultural do país.