Cesta básica pressiona orçamento no Norte apesar de queda Nacional

Mesmo com a queda no preço da cesta básica em 15 das 17 capitais brasileiras, a Região Norte segue sentindo o peso no bolso. Com realidades específicas como distância dos centros produtores, logística fluvial e menor oferta local, os alimentos continuam custando caro nas cidades nortistas, impactando diretamente o consumo das famílias.

De acordo com o Dieese, a capital do Pará, Belém, foi uma das únicas do país a registrar alta em maio, ainda que leve, de 0,02%. O dado revela uma tendência regional mais resistente à queda de preços, influenciada por fatores estruturais como transporte, sazonalidade e menor industrialização da cadeia alimentícia. Esse cenário acaba se refletindo também em cidades como Manaus, onde os consumidores relatam dificuldade em manter o padrão de consumo básico.

Produtos como carne e café continuam em escalada de preços nos últimos 12 meses, enquanto itens como arroz e tomate apresentaram queda. A redução, no entanto, não tem sido suficiente para equilibrar o impacto no orçamento das famílias nortistas, que já enfrentam um custo de vida elevado em comparação a outras regiões, especialmente no interior do Amazonas.

Para especialistas, os dados reforçam a urgência de políticas públicas voltadas à segurança alimentar e ao fortalecimento da produção regional. Incentivar a agricultura familiar, melhorar a infraestrutura logística e ampliar os centros de distribuição podem ser caminhos para conter o avanço dos preços e garantir acesso digno à alimentação no Norte do país.