Caprichoso e Garantido encerram o Festival de Parintins com força, tradição e emoção

Caprichoso reverencia os povos originários e destaca espiritualidade amazônica

Na terceira e última noite do 58º Festival de Parintins, o Boi Caprichoso abriu a programação deste domingo (29/06) com o tema “Kaá-eté – Retomada pela Vida”, enaltecendo as raízes dos povos originários e a espiritualidade da floresta. A apresentação azulada trouxe à arena um espetáculo potente e simbólico, reforçando o compromisso com a ancestralidade, a resistência indígena e a preservação da Amazônia.

A estreia do tripa oficial Edson Azevedo Júnior emocionou o público. Com forte envolvimento pessoal, ele exaltou o legado familiar e o orgulho de representar o Caprichoso como item oficial. “Mostramos que viemos preparados. A arena sentiu a energia. Foi espetacular”, afirmou.

Entre os destaques da noite, o boi azul homenageou Waurãga, a senhora da floresta, em uma alegoria conduzida por Marciele Albuquerque, cunhã-poranga ovacionada pelo público. Na figura típica regional, o “Seringueiro da Amazônia” ganhou espaço de destaque, com uma tocante homenagem ao líder ambiental Chico Mendes, representada por sua filha, Ângela Mendes.

O ritual indígena apresentado foi o Ritual de Cura Yawanawá, com alegoria assinada por Algles Ferreira, que evidenciou os saberes espirituais do povo Yawanawá, do Acre. O pajé da noite foi Erick Beltrão. Entre os torcedores, o universitário Matheus Lucas descreveu o momento como “grandioso, emocionante e decisivo”.

Com o espetáculo, o Caprichoso encerrou sua participação no festival embalado por expectativa alta da galera azulada pelo título, que pode representar o tetracampeonato consecutivo do boi.

 

Garantido celebra a cultura brasileira e reforça identidade popular

Fechando com emoção a edição de 2025 do Festival de Parintins, o Boi Garantido levou à arena um espetáculo vibrante e representativo com o tema “Garantido, Boi do Brasil”, parte do projeto “Boi do Povo, Boi do Povão”. A apresentação final, neste domingo (29/06), exaltou as raízes culturais do país e homenageou mestres da toada, elementos folclóricos e a força da mulher indígena.

A noite iniciou com uma celebração da diversidade dos bois-bumbás do Brasil, com alegorias que circularam do Norte ao Sul. A porta-estandarte Jevenny Mendonça surgiu do “coração do Brasil” e a sinhazinha Valentina Coimbra brincou no centro da alegoria. As referências visuais impressionaram o público com cores e movimentos bem coreografados.

O espetáculo também marcou a despedida do tripa Denildo Piçanã e a homenagem ao compositor Chico da Silva, com destaque para a icônica toada “Vermelho”. A lenda da noite foi “A Deusa das Águas”, interpretada pela Rainha do Folclore, Lívia Christina, em uma alegoria com efeitos cênicos de alta tecnologia assinada por Glemberg Castro.

Outro momento marcante foi a valorização das artesãs indígenas na figura típica regional. A cunhã-poranga Isabelle Nogueira brilhou mais uma vez ao transformar sua indumentária em uma arara, simbolizando a força das mulheres amazônidas. Já o ritual indígena apresentado foi o “Bahsesé”, conduzido pelo pajé Adriano Paketá em um cenário imponente criado por Antônio Cansanção.

No calor da galera encarnada, o mestre Francinaldo Pinheiro falou sobre a confiança do time vermelho: “Foram quatro meses de trabalho e entrega. Estamos prontos para conquistar”. Já a torcedora Carla Viegas definiu a emoção da noite: “O coração está a mil. O Garantido mostrou toda sua força”.

Com o encerramento das apresentações, o público aguarda agora a apuração dos jurados para conhecer o grande campeão do 58º Festival Folclórico de Parintins.