
Brasil negocia às pressas para barrar tarifa dos EUA sobre exportações
Com o novo acordo firmado entre Estados Unidos e União Europeia, que estabelece tarifas de 15% sobre a maioria dos produtos, o Brasil ficou isolado e sem uma via direta de negociação com Washington. A poucos dias do prazo final, o país tenta abrir diálogo urgente para evitar a aplicação de tarifas de até 50% sobre itens estratégicos da sua pauta de exportação.
O chanceler Mauro Vieira está em Nova York buscando uma oportunidade de interlocução, mas o caminho diplomático permanece bloqueado. Enquanto isso, o governo brasileiro evita misturar questões comerciais com temas políticos, mantendo a orientação de tratar o assunto de forma técnica.
Internamente, a avaliação é de que os entraves impostos por Washington envolvem mais do que comércio — há insatisfação com decisões internas do país, o que tem dificultado qualquer avanço.
A atual política comercial dos Estados Unidos tem seguido uma lógica de reciprocidade com exigência de investimentos bilionários em solo americano. Países como Japão, Vietnã e Reino Unido conseguiram acordos com taxas menores em troca de contrapartidas financeiras robustas. O Brasil, no entanto, não tem margem para esse tipo de compromisso, o que complica ainda mais as chances de um entendimento semelhante.
Se não houver avanço nos próximos dias, o impacto será imediato. A tarifa de 50% poderá entrar em vigor já em 1º de agosto, afetando setores como carnes, café, suco de laranja e bens industriais.
Para especialistas, o Brasil corre o risco de arcar com prejuízos severos caso a negociação não aconteça — ou demore demais. Nos bastidores, o governo prepara medidas emergenciais para mitigar os danos, mas reconhece que o tempo está se esgotando.