Brasil é 2º país com mais imigrantes expulsos de Portugal

Arquivo. Foto Marcelo Camargo / Agência Brasil

O governo de Portugal começou a notificar cerca de 34 mil imigrantes para que deixem o país, após a recusa dos pedidos de residência apresentados por eles. Entre os atingidos pela medida estão 5.386 brasileiros, o segundo maior grupo afetado, atrás apenas dos indianos. A medida, segundo as autoridades, é parte de um novo rigor nas políticas migratórias adotadas após as eleições legislativas.

Os imigrantes notificados têm até 20 dias para sair voluntariamente do país. Caso contrário, estão sujeitos à expulsão compulsória. A pressão por parte das autoridades portuguesas aumentou após a ascensão da extrema-direita no Parlamento, com o partido Chega capitalizando o discurso anti-imigração como uma de suas principais bandeiras.

Veja os países com mais imigrantes notificados a deixar Portugal:

  • Índia: 13.466
  • Brasil: 5.386
  • Bangladesh: 3.750
  • Nepal: 3.279
  • Paquistão: 3.005
  • Argélia: 1.054
  • Marrocos: 603
  • Colômbia: 236
  • Venezuela: 234
  • Argentina: 180
  • Outras nacionalidades: 2.790

De acordo com o jornal português Público, o número de recusas praticamente dobrou em pouco mais de um mês. O ministro da Presidência do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro, afirmou que cerca de 2 mil imigrantes estão sendo notificados por dia. Quase 20% dos pedidos de residência com decisão final têm sido rejeitados.

A situação reflete o endurecimento das políticas migratórias, impulsionado pelo novo cenário político. Nas eleições legislativas realizadas no mês passado, a coalizão de centro-direita manteve a maioria, mas a maior surpresa veio com o crescimento do partido Chega, que saltou de 1% para mais de 20% dos votos em seis anos.

O partido Chega empatou em número de assentos no Parlamento com o Partido Socialista, tornando-se a segunda maior força política do país. Com forte discurso nacionalista e anti-imigração, a legenda tem pressionado o governo a acelerar deportações e endurecer as regras para entrada e permanência de estrangeiros em solo português.

Representantes de entidades de defesa dos imigrantes denunciam o clima de hostilidade crescente. O presidente da maior associação de imigrantes em Portugal afirmou nesta segunda-feira (2) que o país tem se tornado uma “prisão a céu aberto” para estrangeiros que vivem sob a ameaça constante de deportação, sem direito a um processo justo e definitivo.