
Com a aproximação da entrada em vigor das novas sobretaxas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, marcada para 1º de agosto, o governo federal considera improvável que a medida seja adiada e discute o envio de uma delegação a Washington. A estratégia é buscar, por vias diplomáticas e econômicas, alternativas para reduzir os impactos da medida sobre setores produtivos nacionais.
Negociadores brasileiros mantêm contato informal com representantes americanos e aguardam resposta a uma carta enviada em maio, que propõe abrir um canal formal de diálogo comercial. Paralelamente, o Itamaraty também tenta envolver empresas americanas com atuação no Brasil para exercer pressão política em Washington, repetindo táticas bem-sucedidas já utilizadas por países como Canadá, México e União Europeia.
Enquanto isso, o Ministério da Indústria, liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, intensificou reuniões com empresários brasileiros para avaliar os prejuízos e identificar medidas paliativas. Setores diretamente afetados, como o de bens de capital, estimam perdas de até US$ 4 bilhões. A hipótese de retaliação comercial direta, como aumento de tarifas ou cassação de patentes, é tratada com cautela e vista como último recurso.
O governo brasileiro reconhece que sua fatia nas importações americanas é pequena, o que limita a prioridade nas tratativas bilaterais. Ainda assim, aposta que a presença de autoridades em Washington possa acelerar uma resposta oficial dos EUA e abrir espaço para exceções ou flexibilizações no pacote tarifário anunciado pelo presidente Donald Trump.