
O mercado financeiro brasileiro teve um dia histórico nesta quinta-feira (3), com a bolsa de valores atingindo seu maior patamar da história e o dólar recuando ao menor nível em mais de um ano. O movimento foi impulsionado pelo cenário internacional, sobretudo pelos sinais de recuperação da economia chinesa e pela valorização das commodities, beneficiando países emergentes como o Brasil.
O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou o pregão aos 140.928 pontos, com alta de 1,35%. O índice acumula valorização de quase 3% na semana e de mais de 17% no ano. O desempenho foi puxado pelas ações de grandes bancos e pelo otimismo em bolsas internacionais, que também registraram recordes no mesmo dia.
No mercado de câmbio, o dólar comercial fechou cotado a R$ 5,405, com queda de 0,29%. A moeda norte-americana operou em leve alta no início do dia, mas passou a recuar após a abertura dos mercados nos Estados Unidos e encerrou a sessão no menor nível desde junho de 2024. A divisa acumula queda superior a 12% em 2025.
Mesmo com dados mais fortes do mercado de trabalho dos EUA, que poderiam pressionar o dólar, a expectativa de novos acordos comerciais globais e os sinais positivos da economia chinesa — maior compradora de matérias-primas — aumentaram o apetite por risco dos investidores. O reflexo direto foi a valorização de ativos em mercados emergentes, num dia que reforçou o bom momento da economia brasileira no cenário global.
Analistas apontam que a retomada da demanda chinesa por commodities, como minério de ferro e soja, trouxe fôlego adicional às exportações brasileiras, favorecendo o saldo comercial e fortalecendo o real frente ao dólar. Esse cenário também impulsiona setores-chave da bolsa, como mineração, siderurgia e agronegócio, que têm forte peso no índice Ibovespa.
A valorização do mercado brasileiro ocorre em meio à estabilidade fiscal e ao controle da inflação, o que aumenta a atratividade do país para investidores estrangeiros. Apesar das incertezas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos, o fluxo global de capitais continua favorecendo economias emergentes com fundamentos sólidos. Especialistas alertam, no entanto, que o otimismo pode ser volátil diante de mudanças abruptas no cenário externo. Por ora, a combinação entre dados positivos da China, perspectivas comerciais globais e fundamentos domésticos consistentes consolida a trajetória de alta dos ativos brasileiros e fortalece o ambiente para novos investimentos.