Banco Central barra compra do Master pelo BRB e aumenta incertezas

Sede Banco BRB. Foto - Paulo H. Carvalho

O Banco Central rejeitou a compra do Banco Master pelo Banco de Brasília (BRB), em operação avaliada em R$ 2 bilhões. A decisão, comunicada ao mercado na noite de quarta-feira (3), frustra o último passo regulatório necessário para a concretização do negócio, que vinha sendo defendido como estratégico pelo BRB e pelo governo do Distrito Federal. Desde o anúncio, em março, as ações do banco regional acumulavam valorização de 23% na Bolsa, refletindo a expectativa de expansão de mercado.

A negativa do BC reforça dúvidas sobre a saúde financeira do Banco Master, alvo de questionamentos devido a práticas agressivas de captação, como a oferta de papéis com rendimentos de até 140% do CDI. A instituição ainda não apresentou o balanço de 2024 e falhou em uma recente emissão de títulos em dólares, fatores que ampliaram a percepção de risco. A recusa também interrompe o movimento de consolidação que o BRB buscava, respaldado inclusive por uma lei aprovada pela Câmara Legislativa do DF para autorizar a operação.

A operação já enfrentava resistências no setor financeiro. O BTG Pactual chegou a oferecer apenas R$ 1 para assumir o controle do Master, considerando o passivo elevado e a necessidade de aporte do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). A falta de consenso entre os bancos que sustentam o fundo impediu aquele acordo e agora o veto do BC sela, ao menos por ora, o futuro incerto da instituição. O BRB informou que pedirá acesso à íntegra da decisão para avaliar possíveis alternativas.

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