
A autópsia realizada no corpo da brasileira Juliana Marins, morta após uma queda no Monte Rinjani, na Indonésia, revela que a publicitária de 37 anos sofreu trauma contundente no tórax, com fraturas múltiplas e hemorragia interna. O laudo oficial aponta que a morte ocorreu rapidamente após o acidente, contradizendo informações anteriores da agência nacional de resgate do país asiático.
O exame, feito por peritos em Bali, após a remoção do corpo da província de Nusa Tenggara Ocidental, onde está localizado o vulcão, identificou lesões extensas.
“Houve fraturas no tórax, ombro, coluna e coxa. Esses traumas comprometeram órgãos internos, levando a sangramento intenso e morte rápida”, detalhou o médico legista Ida Bagus Alit.
Segundo ele, a estimativa é de que Juliana tenha morrido cerca de 20 minutos após sofrer os ferimentos, não se sabe informar a hora que os ferimentos ocorreram .
Essa estimativa entra em conflito com a declaração da Basarnas (agência de busca e resgate da Indonésia), que afirmou ter encontrado Juliana já sem vida na noite de terça-feira (24/6). O médico forense afirma, porém, que a morte teria ocorrido entre 1h e 13h da quarta-feira (25/6), com base nos sinais post-mortem e nas condições ambientais. A divergência de horários levanta questionamentos sobre a precisão da operação de resgate e a possibilidade de erros no monitoramento da vítima.
O acidente ocorreu no sábado (21/6), e o corpo de Juliana só foi recuperado quatro dias depois. O resgate foi dificultado pelas más condições climáticas e pelo terreno íngreme, segundo as autoridades locais. No entanto, familiares e internautas brasileiros apontam falhas graves na resposta da Basarnas. Perfis oficiais do governo indonésio e do presidente Prabowo Subianto foram inundados por críticas nas redes sociais, acusando lentidão e negligência no resgate.
A família de Juliana, que era natural de Niterói (RJ), já anunciou que pretende mover uma ação judicial contra as autoridades indonésias. O caso repercutiu fortemente no Brasil e pressionou autoridades locais. O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), informou que a Prefeitura assumirá os custos do traslado do corpo ao Brasil para o velório e sepultamento.
A morte de Juliana expõe a falta de protocolos de segurança para trilheiros em destinos turísticos de alto risco e reacende o debate sobre a responsabilidade das autoridades locais em garantir socorro eficaz a estrangeiros em regiões remotas da Indonésia.