Um estudo publicado na revista Environmental Research Letters revelou que a taxa de aquecimento dos oceanos mais do que quadruplicou nas últimas quatro décadas. No final dos anos 1980, as temperaturas oceânicas aumentavam cerca de 0,06°C por década, enquanto hoje essa taxa chega a 0,27°C por década, colocando os oceanos em um estado de aquecimento sem precedentes.
As temperaturas oceânicas globais atingiram máximas históricas durante 450 dias consecutivos em 2023 e no início de 2024, impulsionadas tanto pelo fenômeno El Niño quanto pela absorção de calor acelerada pelos oceanos. Segundo os cientistas, 44% desse aquecimento recorde pode ser atribuído ao aumento na absorção de calor pelas águas nos últimos 10 anos.
Chris Merchant, professor da Universidade de Reading e autor principal do estudo, usou a metáfora de uma banheira para descrever o cenário atual.
“Na década de 1980, a torneira quente estava abrindo lentamente. Hoje, ela corre muito mais depressa. Para desacelerar o aquecimento, precisamos fechar essa torneira, cortando emissões globais de carbono e avançando para o zero líquido”, alertou.
Os pesquisadores destacam que o crescente desequilíbrio energético da Terra, causado pelo aumento das concentrações de gases de efeito estufa e pela redução na reflexão da luz solar, está acelerando o aquecimento dos oceanos. Projeções indicam que, nos próximos 20 anos, o aumento da temperatura oceânica pode ser ainda mais rápido do que nas últimas quatro décadas, reforçando a urgência de medidas para mitigar as emissões de carbono.
Com base nas informações do Lusa