Após fugir do Brasil, Carla Zambelli tem prisão decretada e nome enviado à Interpol

Foto Lula Marques

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou nesta quarta-feira (4) a prisão da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), após a parlamentar anunciar publicamente que deixou o Brasil. A decisão inclui o bloqueio de seus bens, contas bancárias e redes sociais, além de ordenar a inclusão do nome da deputada na lista da Interpol.

Zambelli foi condenada a dez anos de prisão pela Primeira Turma do STF por envolvimento na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o hacker Walter Delgatti. Ela também poderá perder o mandato parlamentar, caso os recursos apresentados sejam rejeitados. O julgamento dos embargos está previsto para ocorrer entre os dias 6 e 13 de junho.

Moraes também determinou o bloqueio dos perfis da deputada nas principais plataformas digitais e estipulou multa de R$ 50 mil por dia caso ela continue divulgando conteúdos que reiterem condutas criminosas, mesmo por meio de terceiros. Segundo o ministro, Zambelli chegou a transferir o controle das redes sociais para a mãe na tentativa de driblar futuras restrições.

A decisão do STF atendeu a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), com base na fuga da parlamentar após a condenação. Em vídeo publicado nesta terça-feira (3), Zambelli afirmou estar fora do país e declarou que “voltará a ser a Carla de antes”, numa crítica ao que classificou como “ditadura”.

Em nota, Zambelli afirmou que a ordem de prisão é ilegal, inconstitucional e autoritária. Segundo ela, a Constituição só permite a prisão de parlamentares em flagrante por crime inafiançável. A deputada prometeu denunciar o que chama de perseguição política em fóruns internacionais e criticou o bloqueio das redes sociais de seu filho e de sua mãe, pré-candidata à Câmara dos Deputados.