Após ataques de hackers, BC limita PIX e TED e endurece regras para novas fintechs

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. — Foto: Raphael Ribeiro/BC

O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (5) medidas mais rigorosas para o sistema financeiro brasileiro após ataques cibernéticos a fintechs e grandes bancos. Entre as ações, estão limites de R$ 15 mil para transferências via PIX e TED em instituições não autorizadas e maior controle sobre a entrada de novas empresas no mercado.

Segundo o presidente do BC, Gabriel Galípolo, os ataques têm relação direta com o crime organizado, incluindo facções como o Primeiro Comando da Capital (PCC). “Não se trata de bancos ou fintechs, mas de criminosos explorando o sistema. A segurança não admite tolerância”, afirmou.

A iniciativa reforça a regulação de instituições de pagamento, exigindo certificação técnica independente e prévia autorização do BC para operar. Empresas que não atenderem aos requisitos terão até 30 dias para encerrar atividades. O objetivo é reduzir fraudes, proteger consumidores e garantir a estabilidade econômica.

Os prestadores de serviços tecnológicos (PSTIs), responsáveis por conectar instituições ao sistema financeiro, terão capital mínimo de R$ 15 milhões e regras mais rígidas de governança e gestão de risco. A medida visa aumentar a resiliência do setor diante de ataques cibernéticos e lavagem de dinheiro.

Nos últimos meses, ataques resultaram em prejuízos bilionários. A fintech Monbank teve R$ 4,9 milhões desviados, enquanto a Sinqia reportou R$ 710 milhões em transações não autorizadas via PIX. Além disso, investigação da Polícia Federal revelou esquema bilionário de lavagem de dinheiro envolvendo fintechs e fundos de investimento ligados ao PCC.

Especialistas destacam que as novas medidas podem aumentar a confiança do mercado e reduzir riscos sistêmicos, mas também elevam o custo de entrada para novas empresas. Para o BC, o equilíbrio entre inovação, inclusão financeira e segurança será determinante para a estabilidade do sistema e para a proteção de consumidores e investidores.