
A taxa Selic, que serve como referência para os juros no Brasil, subiu de 10,25% para 14,25% ao ano desde setembro do ano passado. Com isso, diversos tipos de empréstimos e financiamentos ficaram mais caros para o consumidor. Um levantamento do Banco Central mostrou que sete das oito principais linhas de crédito pessoal tiveram aumento nos juros. O crédito pessoal não consignado, por exemplo, subiu de 67,75% para 78,87% ao ano, sendo um dos mais impactados.
Especialistas explicam que esse encarecimento ocorre porque essa modalidade não exige garantias, tornando o risco maior para os bancos. Já o crédito consignado, que tem os salários dos trabalhadores como garantia, também teve alta, mas de forma mais moderada. No setor privado, os juros passaram de 36,79% para 41,01%. No setor público, de 22,13% para 24,16%, e no INSS, de 21,56% para 23,73%.
Além disso, os juros do cheque especial, uma das linhas de crédito mais caras do mercado, subiram de 145,87% para 147,10% ao ano. Já os financiamentos para aquisição de veículos passaram de 23% para 24,31%, e para aquisição de outros bens, de 32,92% para 36,71%. Esses aumentos tornam o crédito mais caro para quem precisa financiar compras ou cobrir despesas emergenciais.
Por outro lado, uma linha de crédito teve redução nos juros: o parcelado do cartão de crédito, que caiu de 178,8% para 175,7% ao ano. Apesar da queda, os juros dessa modalidade ainda são considerados extremamente altos. Segundo especialistas, essa redução pode estar relacionada ao aumento da concorrência entre bancos e fintechs, além de novas regras para limitar os juros do crédito rotativo.
O economista Henrique Castro, da FGV, alerta que mesmo com essa leve redução, o cartão de crédito e o cheque especial continuam sendo as formas mais caras de empréstimo.
“Essas linhas costumam ser utilizadas por quem já está com dificuldades financeiras, o que aumenta o risco para os bancos e, consequentemente, os juros”, explica.
Para os consumidores, a recomendação é evitar essas modalidades sempre que possível e buscar alternativas mais baratas, como o crédito consignado ou empréstimos com garantia. Planejamento financeiro e pesquisa de taxas antes de contratar um empréstimo são fundamentais para evitar endividamento excessivo e juros abusivos.