
O peso da alimentação no orçamento das famílias brasileiras aumentou significativamente nos últimos anos. Um estudo do economista André Braz, da Fundação Getulio Vargas (FGV), revela que os domicílios de menor renda já comprometem 22% dos ganhos mensais apenas com comida. A alta da inflação dos alimentos tem sido o principal fator para esse impacto crescente.
Os dados indicam que o aumento dos preços atinge com mais força as famílias de baixa renda, que gastam proporcionalmente mais com itens básicos como arroz, feijão, leite e carne. Para esse grupo, a inflação alimentar tem um efeito mais severo, reduzindo a capacidade de consumo de outros bens e serviços essenciais.
Segundo Braz, a alta nos preços está ligada a fatores como mudanças climáticas, aumento dos custos de produção e transporte, além da valorização de commodities no mercado internacional. “Os alimentos são essenciais e, quando os preços sobem, o impacto no orçamento das famílias mais vulneráveis é imediato”, explica o economista.
Com o cenário atual, especialistas alertam para a necessidade de políticas públicas que garantam maior segurança alimentar e reduzam a desigualdade no acesso à comida. Programas de auxílio e incentivos à produção agrícola podem ajudar a aliviar os efeitos da inflação sobre os consumidores mais afetados.
Enquanto isso, famílias seguem adaptando hábitos de consumo, substituindo produtos mais caros e reduzindo a variedade no prato. O aumento do custo da alimentação reforça a importância de medidas para garantir o acesso a alimentos de qualidade sem comprometer tanto o orçamento familiar.