Alcolumbre sofre pressão para adiar votação do PL da Dosimetria no Senado

Foto Andressa Anholete / Agência Senado

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (União-AP), enfrenta pressão crescente para adiar a votação em plenário do Projeto de Lei da Dosimetria, aprovado recentemente pela Câmara dos Deputados. Desde o fim de semana, senadores da base e da oposição têm manifestado preocupação com o alcance do texto, que concede benefícios também a crimes comuns, extrapolando o contexto dos atos criminosos de 8 de Janeiro.

A avaliação predominante no Senado é de que levar a proposta à votação sem ajustes ou debate mais aprofundado pode gerar desgaste institucional e acusações de estímulo à impunidade. A insatisfação deve ser formalizada em reunião com líderes partidários ao longo desta semana, ampliando a pressão sobre a presidência da Casa.

Uma das alternativas em discussão é o anúncio de uma nova data de votação para fevereiro de 2026. A estratégia buscaria reduzir tensões com a ala mais conservadora, ao mesmo tempo em que abriria espaço para ajustes que evitem a concessão de benefícios a crimes não relacionados a ataques contra o Estado democrático.

Críticas ao texto já foram publicamente feitas, como a do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que afirmou que a proposta contraria dispositivos do PL Antifacção. Entre os pontos questionados está a redução do tempo para progressão de pena em crimes como ambientais, coação no curso do processo e incêndio doloso, o que tem ampliado a resistência à tramitação acelerada da matéria.

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