Ajuda humanitária chega a Anamã e reforça resposta do Estado à cheia

O município de Anamã, um dos mais afetados pela cheia do rio Solimões, recebeu neste sábado (13/06) um conjunto de ações emergenciais coordenadas pela Defesa Civil do Amazonas. Cerca de 2 mil famílias foram beneficiadas com 18 toneladas de alimentos, além da entrega de 200 caixas d’água e uma estação móvel de tratamento, com capacidade para distribuir até 15 mil litros de água potável por dia.

A entrega faz parte da Operação Cheia 2025, estratégia estadual de enfrentamento aos impactos provocados pela subida dos rios no interior do Amazonas. A cidade, que está com quase todo o território urbano alagado, está entre os 36 municípios em situação de emergência reconhecida oficialmente. As ações visam garantir o mínimo de dignidade e condições de vida para as famílias isoladas ou com dificuldades de mobilidade.

Durante a visita, equipes do governo estiveram em comunidades atingidas e distribuíram os itens diretamente às famílias. A dona de casa Sarah Araújo, mãe de dois filhos, relatou como a ajuda será essencial diante da dificuldade de acesso ao comércio local. “A enchente tomou conta das ruas. Com essa cesta, vamos ter comida sem precisar nos arriscar”, afirmou.

Além da assistência alimentar, a presença da estação móvel de tratamento de água tem se mostrado fundamental em áreas onde o abastecimento foi comprometido. O equipamento permite produzir água potável em tempo real, evitando surtos de doenças de veiculação hídrica em comunidades que enfrentam precariedade sanitária.

Na área da educação, as aulas presenciais foram suspensas em Anamã e substituídas pelo programa “Aula em Casa”, para garantir a continuidade do ano letivo. Segundo dados da Secretaria de Educação, 151 alunos foram impactados no município. Em todo o estado, mais de 440 estudantes enfrentam dificuldades por causa da cheia em pelo menos quatro municípios.

Lançada em abril, a Operação Cheia 2025 teve início com ações emergenciais na calha do rio Madeira. Os municípios de Humaitá, Manicoré e Apuí foram os primeiros atendidos, após decretarem estado de emergência. Desde então, o plano vem sendo ampliado conforme as águas avançam, priorizando municípios em situação crítica.

O cenário da cheia reforça o papel essencial da resposta pública rápida e coordenada diante de eventos extremos, que vêm se tornando mais frequentes. Além da assistência imediata, o desafio inclui a preparação de medidas preventivas e estruturais para reduzir os impactos futuros sobre as populações ribeirinhas.