Trump redefine presença militar dos EUA e mira América Latina como prioridade estratégica

Jato de guerra decola do porta-aviões USS Gerald Ford, da Marinha dos Estados Unidos, no mar do Caribe em — Foto- Divulgação/Marinha dos Estados Unidos

O governo Donald Trump anunciou, nesta sexta-feira (5), uma guinada estratégica na política externa dos Estados Unidos, priorizando a América Latina como foco central de sua presença militar. A nova Estratégia de Segurança Nacional prevê o reposicionamento de tropas, redução da atuação global e delegação de responsabilidades a aliados, em um movimento que retoma princípios da histórica Doutrina Monroe. O documento indica que a forte mobilização no Caribe — incluindo porta-aviões e aeronaves de guerra — pode se tornar permanente.

A Casa Branca afirma que o objetivo é enfrentar ameaças consideradas “urgentes” no Hemisfério Ocidental, entre elas cartéis de drogas, rotas marítimas clandestinas e migração irregular. O plano autoriza, inclusive, ações com uso de força letal quando julgadas necessárias, e prevê ampliação do acesso militar a pontos estratégicos na região. Washington também reforça que pretende limitar a presença de potências não ocidentais — sobretudo a China — no cenário latino-americano.

A estratégia inclui ainda diretrizes para Taiwan, Europa e políticas migratórias, mas a mensagem central coloca a América Latina no epicentro da agenda militar de Trump. O governo norte-americano avalia que vínculos econômicos consolidados entre China e países da região serão difíceis de reverter, mas aposta em fortalecer alianças tradicionais, oferecer vantagens comerciais e intensificar operações conjuntas de segurança. Para analistas, o reposicionamento pode redefinir o equilíbrio geopolítico no continente e inaugurar uma nova fase de influência dos EUA sobre vizinhos ao sul.