Tensão entre Alcolumbre e governo cresce antes da sabatina no Senado

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil

A crise política envolvendo a indicação de Jorge Messias ao STF ganhou novo capítulo após o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, elevar o tom contra o governo. A crítica pública, feita no domingo (30), expôs o descontentamento acumulado nos bastidores e ampliou a tensão às vésperas da sabatina marcada para 10 de dezembro. O governo ainda não enviou a mensagem formal ao Congresso, movimento interpretado como tentativa de evitar uma derrota antecipada no Senado.

Alcolumbre, que se posiciona contra o nome de Messias, afirmou em nota que o Executivo estaria tentando interferir em prerrogativa exclusiva do Senado. O senador também criticou a ideia de que divergências entre poderes possam ser resolvidas por “interesses fisiológicos”, citando cargos e emendas. Minutos depois, a ministra Gleisi Hoffmann rebateu as declarações, afirmando que o governo não aceita insinuações de fisiologismo e classificando as declarações como ofensivas às instituições.

Com o impasse, o governo tenta ganhar tempo, enquanto Messias intensifica as articulações no Senado em busca de apoio. A resistência de Alcolumbre, porém, ameaça frustrar a estratégia do Planalto. O presidente do Senado avalia até mesmo dar início ao processo por meio do Diário Oficial, garantindo a leitura da indicação na CCJ em 3 de dezembro, independentemente do envio da mensagem pelo Executivo.

A escalada da crise ocorre a poucos dias da sabatina e reforça o clima de incerteza. Cabe à Comissão de Constituição e Justiça conduzir a etapa inicial de avaliação, antes do julgamento final pelo plenário. Enquanto isso, Messias segue no tradicional “beija-mão” em busca de votos, num cenário político cada vez mais sensível e imprevisível.