O Amazonas deu um passo importante na agenda climática internacional com a assinatura do primeiro contrato de REDD+ em uma Unidade de Conservação Estadual. O acordo, firmado no Parque Estadual Sucunduri, em Apuí, foi anunciado durante a COP30, em Belém (PA), durante um painel voltado à governança fiscal e conservação florestal. A iniciativa integra um conjunto de políticas que visam monetizar a floresta em pé, gerando recursos a partir da redução de emissões de gases de efeito estufa.
O projeto será executado pela empresa Future Climate, selecionada por chamamento público da Secretaria de Meio Ambiente (Sema). Com previsão de movimentar R$ 590 milhões ao longo de 30 anos, o contrato representa um marco para a política ambiental do Estado. A proposta inclui mecanismos de compensação financeira por serviços ecossistêmicos, com base em critérios de sustentabilidade e benefícios sociais para comunidades locais.
Durante o evento, especialistas e representantes de instituições internacionais, como o Banco Mundial e o GCF Task Force, destacaram a importância de modelos de governança que conciliem conservação, desenvolvimento social e geração de renda. O Parque Estadual Sucunduri, que abriga quase 500 mil hectares de floresta, foi escolhido por sua relevância ecológica e pela atuação participativa das comunidades do entorno, envolvidas desde a consulta pública realizada em 2024.
Além do contrato de REDD+, foi anunciada a realização do primeiro concurso público da história da Sema, que contará com 159 vagas para níveis médio e superior. O processo seletivo será conduzido pelo Cebraspe, com edital previsto para dezembro de 2025 e provas programadas para o primeiro trimestre de 2026. A iniciativa busca fortalecer a capacidade técnica e administrativa da secretaria, ampliando o corpo de servidores especializados em políticas ambientais.
As duas medidas — o contrato de REDD+ e o concurso público — simbolizam um avanço na consolidação de instrumentos sustentáveis de gestão florestal. Ao mesmo tempo em que valorizam o conhecimento técnico local, reforçam o compromisso do Amazonas com práticas de conservação aliadas ao desenvolvimento humano e à proteção dos ecossistemas.
