
KINGSTON — O furacão Melissa, de categoria 5, atravessou a Jamaica com ventos de até 300 km/h e deixou um cenário de devastação que agora pode ser visto do espaço. Imagens de satélite divulgadas nesta quarta-feira (29) mostram cidades inteiras submersas em lama e destroços, após a passagem do ciclone mais poderoso já registrado no Caribe em décadas.
Nas localidades de White House, New Hope e Black River, as fotografias revelam ruas tomadas pela água e áreas costeiras completamente arrasadas. O governo jamaicano ainda contabiliza vítimas e prejuízos, mas os danos à infraestrutura são descritos como “catastróficos”. Em Saint Elizabeth, o telhado de um hospital foi arrancado, e em Saint Catherine, o transbordamento do rio Rio Cobre destruiu muros e residências. Kingston, na região leste, foi poupada das piores rajadas.
“Já vivi três ou quatro furacões aqui. Nunca vi nada assim”, relatou à AFP o empresário Andrew Houston Moncure, dono de um resort em Bluefields, zona onde o Melissa tocou o solo. O fenômeno provocou blecautes em toda a ilha e isolou comunidades inteiras, dificultando o trabalho das equipes de resgate.
Após deixar a Jamaica, o furacão perdeu intensidade e foi rebaixado para categoria 4, mas ainda atingiu Cuba e o Haiti, onde pelo menos 20 mortes foram confirmadas até a noite de quarta-feira. O Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC) alertou que Melissa segue em direção às Bahamas, com potencial para causar tempestades “extremamente perigosas” antes de alcançar as Bermudas. Meteorologistas já classificam o ciclone como o mais potente a atingir a Jamaica desde o início dos registros meteorológicos, superando até o impacto do Katrina, em 2005.









