
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) apresentou nesta quarta-feira (30) o novo calendário do futebol profissional masculino para 2026, com projeção até 2029. As mudanças foram anunciadas na sede da entidade, no Rio de Janeiro, e prometem reduzir a sobrecarga de partidas dos clubes da Série A, ao mesmo tempo em que ampliam as oportunidades para times das divisões inferiores.
O presidente da CBF, Samir Xaud, destacou que a reformulação foi construída de forma coletiva, após ouvir clubes, federações e representantes do mercado. “Foi um trabalho técnico e transparente, que busca trazer equilíbrio ao calendário. 2026 será um ano de transição, mas representa o primeiro passo de um novo ciclo”, afirmou.
Entre as principais medidas, estão a redução de datas dos campeonatos estaduais de 16 para 11, a ampliação do número de participantes da Copa do Brasil e a criação de novos torneios regionais, como a Copa Sul-Sudeste. Também foi definida a retomada da Copa Norte e a criação da Copa Centro-Oeste, fortalecendo o calendário das federações e garantindo mais partidas para clubes que antes ficavam meses sem competir.
Os clubes da Série A, por sua vez, terão um alívio significativo. De acordo com a CBF, a expectativa é reduzir em até 15% o número de partidas por temporada dessas equipes, especialmente para aquelas que disputam competições continentais. Em 2024, sete times brasileiros ultrapassaram a marca de 70 jogos no ano, cenário considerado insustentável pela entidade.
Já as divisões de acesso terão mais espaço. A Série D será expandida já em 2026, enquanto a Série C ganhará novo formato a partir de 2027. O objetivo é aumentar a participação de clubes de todas as regiões, tornando o calendário mais inclusivo e com alcance nacional. A Copa do Brasil, que passará de 92 para 126 clubes, será a competição mais abrangente do país, com finais em jogo único e maior potencial esportivo e comercial.
O impacto financeiro também é relevante. A CBF estima um salto de 11% no número de jogos organizados e a criação de 82 novas vagas em competições, além de ampliar o investimento em torneios para R$ 1,3 bilhão. Para a entidade, isso representa não apenas valorização esportiva, mas também geração de empregos e estímulo à cadeia produtiva do futebol.
Outro ponto de destaque é a previsão de paralisação das Séries A e B durante a Copa do Mundo de 2026, que terá formato ampliado para 48 seleções. O calendário foi desenhado de forma a se alinhar com a agenda da FIFA e da Conmebol, evitando sobreposições e respeitando a realidade de um país de dimensões continentais como o Brasil.
Com a reformulação, a CBF busca dar previsibilidade às competições, melhorar o desempenho técnico dos clubes e aumentar o engajamento dos torcedores. O novo modelo foi chamado pela entidade de “um passo histórico” para tornar o futebol brasileiro mais equilibrado, atrativo e sustentável para todos os envolvidos.









