O Amazonas conquistou destaque nacional ao registrar a menor taxa de feminicídio do país em 2025, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Entre janeiro e agosto, o estado contabilizou 0,32 casos a cada 100 mil habitantes, resultado de ações integradas de prevenção, acolhimento e repressão.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), foram 12 feminicídios no período, contra 19 em 2024, uma redução de 37%. Em Manaus, a queda foi ainda mais expressiva: de 12 registros para apenas quatro. As autoridades atribuem o resultado ao trabalho conjunto das polícias e ao fortalecimento de núcleos especializados.
Na Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), o delegado Ricardo Cunha destacou a importância da integração entre as forças de segurança e o uso de tecnologia. Ele ressaltou ainda o papel do Núcleo de Feminicídio, que assegura rápida identificação dos autores e a responsabilização criminal dos envolvidos.
Além da repressão, o acolhimento às vítimas é considerado fundamental. Na Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECCM), as vítimas recebem atendimento humanizado, suporte psicológico e encaminhamentos legais. O trabalho é reforçado pelo Sistema de Apoio Emergencial à Mulher (Sapem), que oferece acompanhamento psicológico emergencial.
A prevenção é outro pilar da estratégia. A Ronda Maria da Penha (RMP), da Polícia Militar, realiza visitas periódicas às mulheres com medidas protetivas, garantindo sensação de segurança e monitoramento contínuo. A comandante da unidade, major Priscila Alencar, enfatizou que a atuação tem sido decisiva para reduzir a zero os feminicídios entre as mulheres acompanhadas.
O relato de sobreviventes também reforça o impacto dessas políticas. Uma vítima de tentativa de feminicídio, atendida pela Ronda Maria da Penha, afirmou que o apoio recebido foi determinante para se sentir segura e retomar a vida.
“Sou muito grata, não só por mim, mas por todas as mulheres que passam por isso. Eu vi de perto o empenho das equipes em proteger cada uma de nós”, disse.
Com a combinação de repressão, acolhimento e prevenção, o Amazonas tem se consolidado como referência nacional no enfrentamento à violência contra a mulher, mostrando que políticas públicas integradas podem salvar vidas e transformar realidades.
