PGR denuncia Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo por coação no STF

Foto- BolsonaroSP:X

A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou nesta segunda-feira (22/9) o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo pelo crime de coação no curso do processo. A acusação integra o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga articulações nos Estados Unidos para pressionar autoridades brasileiras e retaliar ministros da Corte em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Segundo o procurador-geral da República, Paulo Gonet, os dois atuaram como articuladores de “graves sanções” contra o Brasil, apresentando-se publicamente como responsáveis pelas medidas e exigindo que o Supremo não condenasse Jair Bolsonaro na Ação Penal 2.668. Para Gonet, a conduta configurou tentativa de intimidar ministros da Corte e instaurar um clima de temor e instabilidade. Ambos teriam se colocado como únicos capazes de desativar as sanções, condicionando a suspensão das ameaças à absolvição do ex-presidente.

O inquérito que deu origem à denúncia também investigou Jair Bolsonaro, hoje em prisão domiciliar e monitorado por tornozeleira eletrônica, mas o ex-presidente não foi denunciado neste caso. O relator no STF é o ministro Alexandre de Moraes, o mesmo que conduziu a ação que resultou na condenação de Bolsonaro por crimes como tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. Se a acusação for aceita, Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo passam à condição de réus.

Em nota conjunta, os denunciados criticaram a PGR e classificaram a acusação como “fajuta”. Eduardo Bolsonaro, que pediu licença da Câmara em março e se mudou para o exterior, e Paulo Figueiredo, empresário residente nos EUA, afirmaram que seguirão atuando com “parceiros internacionais” e defenderam uma anistia ampla para encerrar o impasse político no país.