Relatório de Omar Aziz na CPI da Covid embasa inquérito do STF contra Bolsonaro

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, determinou nesta quinta-feira (18) a abertura de inquérito contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros citados no relatório final da CPI da Covid. Presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), a comissão havia recomendado em 2021 o indiciamento de Bolsonaro por nove infrações, além de apontar crimes atribuídos a seus filhos Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, acusados de incitação ao crime. O relatório também citou 74 pessoas e duas empresas, entre elas a Precisa Medicamentos e a VTCLog.

A decisão do ministro atende a pedido da Polícia Federal, que indicou a necessidade de aprofundar apurações sobre supostos crimes contra a administração pública durante a pandemia, incluindo fraudes em licitações, desvios de recursos, contratos irregulares e prestação de serviços fictícios. Dino fixou prazo inicial de 60 dias para as investigações, que correm sob sigilo de nível 3, e determinou a oitiva dos investigados. A Procuradoria-Geral da República (PGR) também foi notificada.

A CPI da Covid se consolidou como um marco na atividade parlamentar, ao expor falhas graves na condução da crise sanitária. Para o senador Omar Aziz, a abertura do inquérito reafirma a relevância do trabalho realizado.

“Nosso compromisso sempre foi com a verdade e a justiça. Agora, cabe às instituições avançarem na responsabilização de quem falhou com a população em um momento tão difícil para o país”, destacou.