O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado Roberto Cidade (UB), repudiou a forma como a Polícia Federal e a Força Nacional conduziram a operação contra o garimpo ilegal em Humaitá e Manicoré, no Sul do estado. A ação, realizada na última segunda-feira (15), incluiu o uso de bombas de efeito moral e disparos de balas de borracha, resultando em moradores feridos e provocando medo entre famílias ribeirinhas.
Cidade destacou que não apoia a atividade ilegal, mas criticou a truculência das forças federais. Para ele, o caminho deve ser o diálogo e a criação de alternativas econômicas para comunidades que dependem do extrativismo.
“Não é com explosões e violência que vamos resolver o problema. Crianças e adolescentes saíram machucados, e isso é inadmissível”, afirmou.
Na operação, foram destruídas 71 dragas de mineração no rio Madeira. Após o episódio, o parlamentar manteve contato com os prefeitos Dedei Lobo (Humaitá) e Lúcio Flávio (Manicoré), que demonstraram preocupação com o clima de tensão instalado nas cidades. Segundo o deputado, a Aleam, em conjunto com a bancada federal, deve buscar medidas para evitar novos episódios de confronto.
A Defensoria Pública do Amazonas também se posicionou contra o uso de explosivos nas operações, pedindo ao Superior Tribunal de Justiça a suspensão da prática. Embora o pedido tenha sido negado, a instituição reforçou que a destruição das balsas com artefatos compromete a segurança da população e agrava a vulnerabilidade de ribeirinhos, configurando risco humanitário na região.
