Moraes consegue sessões extras e julgamento de Bolsonaro terá mais etapas

Alexandre de Moraes. Foto- Bruno Peres

O julgamento da ação penal que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros réus da chamada trama golpista terá sessões extras no Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Alexandre de Moraes solicitou a ampliação do calendário, e o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin, atendeu ao pedido nesta sexta-feira (5).

Com a decisão, o processo seguirá também na próxima quinta-feira (11), em duas sessões extraordinárias, de manhã e à tarde. Antes, estavam previstas apenas sessões na terça, quarta e sexta. A medida eleva para dez o total de encontros destinados à análise do caso, em seis dias distintos.

O julgamento foi aberto nesta semana com a apresentação do relatório e as sustentações orais da Procuradoria-Geral da República (PGR) e das defesas. Na próxima etapa, caberá a Moraes, relator da ação, iniciar a leitura de seu voto, esperado para ocupar a sessão da manhã de terça-feira (9).

Na acusação, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirmou que não era necessária uma ordem formal de Bolsonaro para configurar o crime, destacando que a tentativa de golpe já estava em curso quando o então presidente e o ministro da Defesa convocaram a cúpula militar para discutir a formalização de um documento golpista.

Já as defesas se empenharam em contestar provas, especialmente a delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, classificada como “mentirosa” por advogados. Representantes de Bolsonaro negaram qualquer envolvimento do ex-presidente nos atos que culminaram nos ataques de 8 de janeiro de 2023.

A expectativa é de que as próximas sessões sejam marcadas por embates intensos entre acusação e defesa, em um julgamento que promete estender-se por mais dias do que inicialmente previsto e que pode definir responsabilidades decisivas no episódio que abalou a democracia brasileira.