Roberto Cidade pressiona governo federal por investimentos logísticos no Amazonas

O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), Roberto Cidade (UB), voltou a colocar a logística no centro do debate político regional. Em novo pronunciamento, o parlamentar cobrou maior atenção do governo federal para as demandas do Estado, em especial a revitalização da BR-319, a melhoria da malha viária e a modernização do transporte aquaviário.

Cidade reforçou que, enquanto o Acre e o Pará receberam recentemente investimentos federais superiores a R$ 1,7 bilhão em rodovias, o Amazonas segue sem avanços concretos. “Manaus, com mais de 2,5 milhões de habitantes, continua sendo a única capital brasileira sem uma rodovia em condições adequadas para se conectar ao restante do país. Isso nos coloca em permanente desvantagem”, destacou.

Além da infraestrutura rodoviária, o deputado criticou o serviço aéreo regional, marcado por cancelamentos frequentes e preços elevados. Para ele, a falta de compromisso das companhias prejudica diretamente cidades estratégicas como Tabatinga, Parintins e Tefé. “As empresas recebem subsídios, mas não entregam um serviço minimamente confiável. É um problema que precisa ser enfrentado de forma mais séria”, afirmou.

No campo hidroviário, o parlamentar lembrou que 80% da malha logística do Amazonas depende dos rios e defendeu medidas estruturantes, como a criação da Escola de Aquaviários do Estado. Segundo ele, a iniciativa pretende capacitar profissionais e reduzir gargalos históricos do setor.

A análise política mostra que a pressão de Roberto Cidade não se limita a críticas pontuais: trata-se de uma estratégia para reposicionar o Amazonas na agenda nacional de investimentos. Ao comparar a ausência de recursos no Estado com aportes expressivos em vizinhos amazônicos, o presidente da Aleam busca reforçar a narrativa de que o governo federal mantém uma dívida histórica com a região.

O desafio, entretanto, é transformar esse discurso em resultados concretos. Com eleições estaduais e federais no horizonte, a cobrança pela BR-319 e pela melhoria da conectividade pode se tornar um dos temas centrais da disputa política na Amazônia. O posicionamento de Cidade aponta para um esforço de liderar essa pauta, em um Estado onde logística não é apenas questão de desenvolvimento econômico, mas de sobrevivência cotidiana.