Eduardo Braga ouve secretários municipais e defende plano estruturante para a educação no Amazonas

Em agenda voltada à pauta educacional, o senador Eduardo Braga (MDB) reuniu-se, nesta sexta-feira (8), em Manaus, com secretários municipais de educação dos 62 municípios amazonenses. O encontro, organizado pelo senador Omar Aziz (PSD), que participou de forma virtual, teve como objetivo ouvir as demandas das prefeituras e debater soluções para os principais desafios do setor no estado.

Entre os temas apresentados estiveram merenda escolar, transporte de alunos, infraestrutura, logística, energia elétrica, conectividade, formação e valorização de professores, além da educação indígena. O debate foi respaldado por um estudo do Instituto Durango Duarte (IDD), que mapeou gargalos e características da rede municipal de ensino.

“Se o Amazonas quer prosperar, gerar emprego e renda, e reduzir desigualdades regionais, a educação é primordial. É preciso colher informações e sugestões para formular um projeto comum, com prioridades que vão da educação infantil ao ensino fundamental — e, futuramente, também o ensino médio e superior”, afirmou Braga.

Omar Aziz ressaltou a importância de ouvir gestores que atuam no interior.

“Ninguém melhor que os secretários municipais para dizer como está a educação na ponta. De Brasília ou mesmo de Manaus, não se enxerga a realidade de um município distante”, disse.

Realidade diversa e desafios comuns

Dados do MEC (2024) apontam que o Amazonas tem 4.944 escolas municipais, 793 estaduais, 18 federais e 426 privadas. Mais de 4.200 unidades estão na zona rural, e 1.133 são escolas indígenas. São Gabriel da Cachoeira lidera com 245 escolas, seguido por Maués, Itacoatiara, Manacapuru e Parintins.

No encontro, gestores relataram dificuldades logísticas e de infraestrutura. O secretário de São Gabriel da Cachoeira, Nelson Thomé, indígena Baniwa, destacou a atuação em áreas de difícil acesso e agradeceu recursos destinados para transporte escolar. Já Alcione Silva, de Novo Aripuanã, mencionou a construção de escolas rurais e casas de apoio para professores, sugerindo a presença de representantes da Seduc nos próximos encontros.

De Tabatinga, Waldeclace dos Santos, o “Declan”, defendeu mudanças no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). “No interior, a merenda não é lanche: é almoço. Sem ela, muitas crianças não vão à escola”, afirmou.

Próximos passos
A reunião integra o movimento “Amazonas Forte de Novo”, que em julho promoveu encontro com secretários municipais de saúde. Estão previstas novas rodadas de debates sobre assistência social e produção rural. As propostas e dados coletados pelo IDD irão subsidiar um plano de ação estruturante para o desenvolvimento do estado.