
Frigoríficos de Mato Grosso do Sul decidiram suspender a produção de carne bovina destinada aos Estados Unidos após a imposição da tarifa extra de 50% anunciada pelo governo Trump.
A medida, confirmada pelo governo estadual e pelo sindicato da indústria frigorífica, visa evitar o acúmulo de estoques de um produto que se tornou financeiramente inviável para exportação. Pelo menos quatro empresas, incluindo JBS, Minerva e Naturafrig, já interromperam os abates voltados ao mercado norte-americano.
Segundo o Sindicato das Indústrias de Frios, a paralisação é estratégica, já que a tarifa entra em vigor em 1º de agosto e qualquer carga enviada agora já seria taxada. Em 2025, os EUA foram o segundo maior comprador da carne sul-mato-grossense, movimentando mais de US$ 140 milhões.
Agora, o setor tenta redirecionar os embarques para países como Chile, Egito e mercados asiáticos, para evitar prejuízos e manter a produção ativa.
O governo de Mato Grosso do Sul acompanha a situação e busca alternativas de mercado. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, afirmou que há estoques represados e que os frigoríficos ajustam escalas para minimizar o impacto.
O setor teme que a sobretaxa comprometa as exportações e pressione os preços internos, embora analistas avaliem que a demanda asiática pode compensar parte das perdas com os Estados Unidos.
A Associação Brasileira de Exportadores de Carne (Abiec) confirmou uma “redução significativa” na produção voltada ao mercado americano e intensificou negociações para abertura de novos mercados. A entidade reforçou que as exportações seguem fortes para a Ásia e o Oriente Médio, mas alertou que o impacto financeiro ainda depende dos desdobramentos diplomáticos e do avanço das negociações entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos.