Irã chama ataque de Israel de guerra e exige ação da ONU

Líder supremo do irã, o aiatolá Ali Khamenei, em reunião com equipe do presidente Masoud Pezeshkian, em Teerã — Foto- Escritório do Líder Supremo do Irã

O governo iraniano classificou como “declaração de guerra” o ataque aéreo promovido por Israel contra instalações militares e nucleares em seu território. A acusação foi feita oficialmente em uma carta enviada nesta sexta-feira (13) ao Conselho de Segurança da ONU pelo ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, que pediu uma resposta imediata da comunidade internacional. O episódio marca uma escalada sem precedentes na tensão entre os dois países do Oriente Médio.

Segundo o Irã, a ação de Israel teve como alvos estruturas estratégicas e matou nomes de alto escalão do regime, incluindo o chefe da Guarda Revolucionária, Hossein Salami, e o comandante das Forças Armadas, Mohammad Bagheri. Também foram mortos dois cientistas nucleares iranianos. Em retaliação, Teerã teria lançado 100 drones contra o território israelense, conforme relataram fontes militares de Israel.

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que o ataque confirma a “natureza perversa” de Israel e prometeu vingança.

“Com esse crime, o regime sionista preparou um destino amargo para si mesmo — e certamente o receberá”, declarou.

Ele garantiu ainda que os cargos dos militares mortos serão ocupados imediatamente para garantir a continuidade das operações.

Nos Estados Unidos, o secretário de Estado, Marco Rubio, tentou distanciar Washington do conflito direto, alegando que Israel agiu de forma unilateral.

“Fomos informados, mas não participamos”, disse Rubio. Mesmo assim, o governo iraniano acusa os EUA de serem cúmplices do ataque, e prometeu que tanto os americanos quanto os israelenses “pagarão caro” pela ofensiva.

O ataque de Israel ocorre em meio a denúncias de que o Irã estaria em estágio avançado na produção de armas nucleares. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirmou que a usina de Natanz, centro do programa nuclear iraniano, era o principal alvo. Segundo ele, Israel agirá “quantos dias forem necessários” para conter o que considera uma ameaça existencial à sua soberania. O cenário reforça o risco de um conflito de grandes proporções no Oriente Médio.