O senador Eduardo Braga (MDB-AM) cobrou do ministro dos Transportes, Renan Filho, uma solução urgente para o asfaltamento do trecho central da BR-319, durante audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta terça-feira (20). Segundo o parlamentar, o avanço nas pontes e nos trechos iniciais da estrada é positivo, mas os cerca de 400 quilômetros sem pavimentação ainda comprometem o desenvolvimento do Amazonas e a segurança logística da região.
Braga destacou que a ausência de licenciamento ambiental emperra a retomada integral das obras. O senador afirmou ter enviado uma carta ao presidente Lula, denunciando o que considera uma visão “retrógrada e ideológica” por parte do Ministério do Meio Ambiente. Ele lembrou que o Amazonas possui 97% de sua floresta primária preservada e que, mesmo assim, sofre penalizações que comprometem o abastecimento do estado, especialmente em períodos de crise, como ocorreu durante a pandemia da Covid-19.
“Estamos prestes a perder mais um ano se o licenciamento não sair até junho”, alertou Braga, ao reforçar que todos os estudos de viabilidade técnica e ambiental da BR-319 já foram concluídos e validados. O senador também citou a tragédia humanitária vivida em 2020, quando a falta de trafegabilidade da rodovia atrasou o envio de oxigênio ao Amazonas, agravando os efeitos da pandemia.
Durante a audiência, o parlamentar destacou avanços como a construção das pontes sobre os rios Curaçá e Autaz-Mirim, que devem ser inauguradas ainda neste ano, e o início do projeto para a ponte do Igapó-Açu. Outro ponto citado foi a pavimentação de 52 quilômetros a partir do Km 198 da rodovia, já em andamento sob responsabilidade do DNIT.
Além da BR-319, Braga levou ao ministro demandas relacionadas à BR-174, entre Manaus e Boa Vista, defendendo a implantação de terceira faixa em trechos críticos, e à BR-230 (Transamazônica), onde elogiou ações emergenciais do DNIT, como o uso de balsas para garantir o tráfego até o município de Apuí, após o isolamento causado por alagamentos. O senador finalizou reforçando que o Norte do Brasil não pode mais ser ignorado nas decisões de infraestrutura nacional.
