
As gêmeas siamesas Yasmin Vitória e Eliza Vitória, nascidas no dia 9 de abril na maternidade Ana Braga, em Manaus, deram um importante passo na jornada pela vida: nesta quinta-feira (24), foram transferidas para Goiânia (GO), onde passarão por uma cirurgia de separação em um dos principais centros de referência do país para esse tipo de procedimento. A ação faz parte do programa de Tratamento Fora de Domicílio (TFD), coordenado pela Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).
Desde o pré-natal, iniciado ainda em novembro de 2024 na maternidade Nazira Daou, a mãe das gêmeas, Elizandra da Costa — oriunda de Monte Alegre (PA) — recebeu acompanhamento multiprofissional em Manaus. O parto, considerado um sucesso, envolveu mais de 100 profissionais de diversas áreas da saúde, entre médicos, enfermeiros, técnicos e reguladores, mobilizados pelo governo estadual para garantir assistência integral às bebês.
Yasmin e Eliza nasceram com a rara condição de siameses tóraco-onfalópagos, estando unidas pelo tórax e abdômen. A transferência para o Hospital Estadual da Criança e do Adolescente (Hecad), em Goiânia, foi feita por UTI aérea, com apoio de uma equipe médica especializada. O hospital é referência nacional em cirurgias desse tipo e tem como destaque o cirurgião pediátrico Zacharias Calil, que há mais de 25 anos atua na separação de gêmeos siameses.
A secretária da SES-AM, Nayara Maksoud, e a secretária executiva adjunta de assistência, Mônica Melo, destacaram o empenho da rede estadual em garantir um atendimento humanizado e contínuo. Já o coordenador aeromédico Rodrigo Mascarenhas ressaltou a estabilidade das crianças durante o transporte e a importância do acolhimento à mãe e familiares.
“É um caso delicado, mas que tem sido conduzido com excelência técnica e sensibilidade humana”, afirmou.
A cirurgia marcará um novo capítulo para as gêmeas e para toda a equipe que tem acompanhado a evolução clínica das crianças.
“Manaus me acolheu com estrutura e carinho. Aqui encontrei profissionais que me deram segurança em um momento tão difícil”, relatou Elizandra. A história das irmãs, que uniu esforços entre os sistemas estadual e federal de saúde, é também um exemplo de compromisso com a vida e com a dignidade de quem nasce sob desafios extraordinários.