EUA ameaçam deixar negociações de paz entre Rússia e Ucrânia

Os Estados Unidos podem abandonar a mediação nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia caso não haja avanços concretos nos próximos dias. O alerta foi feito nesta sexta-feira (18) pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, durante encontro com líderes europeus e ucranianos em Paris. Segundo ele, o presidente Donald Trump ainda aposta em uma solução diplomática, mas está disposto a redirecionar os esforços do governo caso a estagnação persista.

“Não vamos manter esse esforço indefinidamente. A decisão precisa ser tomada em questão de dias. Se houver viabilidade, seguimos; se não, temos outras prioridades a considerar”, disse Rubio, reforçando o tom de urgência da administração americana diante do impasse nas conversas.

O Kremlin reagiu à declaração com críticas discretas. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que os diálogos têm produzido resultados, como o cessar-fogo no Mar Negro, apesar das acusações mútuas de violações. “Os contatos com os Estados Unidos são complicados porque o tema, por natureza, não é simples”, declarou.

Durante a campanha eleitoral, Trump havia prometido pôr fim à guerra nas primeiras 24 horas de governo. Já empossado, moderou o discurso, estipulando o mês de abril como prazo simbólico para um possível acordo, diante dos entraves diplomáticos.

As relações entre Washington e Kiev se tornaram mais tensas desde que os EUA iniciaram conversas diretas com Moscou, sem consulta prévia ao governo ucraniano. O mal-estar culminou em um desentendimento público entre Trump e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma visita recente à Casa Branca. O episódio expôs fissuras nas alianças ocidentais em torno da guerra, que entra agora em um momento decisivo para a diplomacia internacional.